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Formação

Forma-se em 1967 pela Universidade de Artes Cênicas (Praga – Tchecoslováquia / atual República Tcheca), com ênfase no balé clássico, como explica o artista:
“Por causa do regime comunista, o balé clássico era a técnica base do curso. Alguns professores ensinavam outras técnicas, como a de Martha Graham, às escondidas. Sapateado era totalmente proibido, por ser considerado capitalista demais”. (Hampl, Z. 2003)

 

O curso tem a música como atividade complementar. Sobre a importância que a música tem para sua vida artística, relata:
“Eu tocava piano com o maior prazer, porque para mim música era quase tão importante quanto dança”.(Hampl, Z. 2003)

Atuação

Em Recife, destaca-se por fundar, junto com Mônica Japiassú, e outros artistas locais, a Associação de Dança do Recife, e por participar de um importante movimento de produção artística, realizando vários espetáculos de dança na década de 80. É autodidata em sapateado, e se torna um grande difusor e bailarino dessa técnica no Brasil. Sua atuação extrapola o âmbito da dança, desempenhando atividades em outros domínios artísticos, como músico, artista plástico e ator. No começo de sua carreira, ainda na República Tcheca, torna-se o principal intérprete da Companhia Lanterna Mágica, uma das criadoras do teatro de improviso europeu. Na década de 70, quando imigra para o Brasil, se destaca no cenário artístico como coreógrafo, com trabalhos no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Em suas passagens pelo Rio de Janeiro, trabalha com Chico Buarque de Holanda, atua como coreógrafo para a Rede Globo de Televisão e funda a companhia de dança Vacilou Dançou, com Carlota Portela.

 

Em 2004, continua atuando na área de dança, teatro e artes plásticas. Em 2006 é homenageado pelo Festival de Dança do Recife, para o qual dirige o solo Sintonia, interpretado por Christiana Cavalcanti. Falece em 2007.

Coreógrafo

Seus principais trabalhos como coreógrafo são: a peça Calabar (1973), sob autoria de Chico Buarque e Ruy Guerra, censurada na época; o programa televisivo infantil Sítio do Pica Pau Amarelo (1976); a coreografia de abertura do programa televisivo Fantástico (1977); o espetáculo Vacilou, Dançou (1981), que dá início ao grupo homônimo de dança; a coreografia da cena de despedida de Beth Faria, na novela Baila Comigo (1981), da Rede Globo; o espetáculo Capataz de Salema (1982), inspirado no texto de Joaquim Cardozo, coreografado junto com Mônica Japiassú; o espetáculo À Toda Prova (1984), uma sátira sobre os super-heróis; o espetáculo A Festa da Pedra (1989), inspirado e encenado no Parque das Esculturas do artista plástico Francisco Brennand; o espetáculo Lua Cambará (1990), baseado no texto de Assis Lima e Ronaldo Correia de Brito; a peça infantil Peter Pan (1991).

 

Sobre seu trabalho como coreógrafo, afirma:
“Até certo ponto me deixaram fazer o que queria. Quando a diretoria da Rede Globo, por exemplo, começou a dizer o que eles queriam, tive que sair fora, assim como deixei a Tchecoslováquia quando invadida pelos tanques da Rússia”. (Hampl,Z. 2003)

Professor

Ensina dança na Academia de Dança no Horto (1973), no Ballet Stagium (1980), na Academia Arte e Movimento (1982), é responsável pelo setor de dança da Universidade Católica de Pernambuco (1983), ensina na Academia Marly Tavares (1984) e no Instituto Nacional de Artes cênicas, Inacen (1985) entre outras escolas de dança e institutos de cultura.

 

Sobre a relação com a atividade de ensino em dança, afirma:
“Odeio ensinar. Gosto de mostrar como é, como pode ser. Isso não é ensino, é empurrão. Nunca estudei pedagogia, nunca estudei como se ensina. (…) Dava aulas de dança daquilo que me vinha à cabeça, independentemente de técnica – dança contemporânea, sapateado ou dança moderna. Usava aquilo de que precisava para o espetáculo”. (Hampl, Z. 2003)

Bailarino

Atua como primeiro solista da Cia. Lanterna Mágica (Praga – Tchecoslováquia / atual República Tcheca 1969-1970).

 

Sobre a companhia, diz:
“Os espetáculos da Cia. Lanterna Mágica eram assim: havia o filme, e fazíamos a parte viva que faltava nele.” (Hampl, Z. 2003)

Outras atividades

Funda a Associação de Dança do Recife, ADR (1983), entidade que impulsiona a produção de espetáculos de dança na década de 80 na cidade.

 

Sobre a Associação, Zdenek conta:
“A gente tentou fazer a Associação para quebrar os estereótipos em relação aos bailarinos. Para que o bailarino pudesse ter condições dignas de trabalho, como qualquer outra profissão. Porém, a Associação foi mal compreendida, pois pensaram que queríamos fazer uma super academia, a nosso favor. E não era nada disso. Há estatuto que explica tudo isso. (…) A tentativa foi avançada para a época, talvez por isso não tenha dado certo”. (Hampl, Z. 2003)

 

No teatro, dirige as peças Diário de um Louco (1975) e Entre o Hoje e o Amanhã (1985). Além disso, atua em filmes e peças na década de 70 e 80, produzidos principalmente na região Sudeste.

 

Como artista plástico, destaca-se com o premiado trabalho Os trabalhadores do mar (1994) e participa de algumas exposições pelo Brasil.

Processos criativos

A concepção de suas coreografias e espetáculos tem sempre ligação com a política e a musicalidade. Considera a carga cultural de cada bailarino matéria-prima essencial para desenvolver o seu trabalho, assim como entende a platéia como elemento complementar importante para o espetáculo.

 

O seu processo de criação baseia-se na formação obtida no curso de Artes Cênicas, voltado para a dança clássica e música. Acredita ser mais fácil trabalhar com um bailarino que tenha formação em uma técnica específica de dança, pois acredita que uma pessoa com domínio de algum estilo de dança pode ser aproveitada para fazer qualquer trabalho. Sobre isto, declara:
“Se o bailarino tiver técnica é bem vindo, mas tem que saber viver, caso contrário, ele não tem o que dizer. (…) Às vezes eu crio movimentos para a pessoa, mas nem sempre, pois não é o meu corpo que vai expressar”. (Hampl, Z. 2003)

 

Para criar, acha importante ter curiosidade e ser bem informado, mas não costuma realizar pesquisa aprofundada antes de desenvolver um trabalho artístico. Concebe sua obra a partir de referências já adquiridas em vida. Não gosta de criar a partir de temas dos quais não tem domínio. Sobre isto, comenta:
“Se eu tiver insegurança eu não faço nada. Ou sei ou não faço. Não pesquiso”. (Hampl, Z. 2003)

Cronologia Profissional

1968 – Praga (Tchecoslováquia / atual Rebública Tcheca) – solista – Teatro Nacional de Praga
1968 – Praga (Rebública Tcheca) – bailarino – Companhia Export-Folclor
1969/1970 – Praga (Rebública Tcheca) – primeiro solista – Cia. Lanterna Mágica de Praga
1971 – São Paulo SP – diretor artístico e professor – Academia Vera Kumpera
1971 – São Paulo SP- diretor e coreógrafo do espetáculo Olimpíadas – Museu de Arte Moderna
1971 – São Paulo SP – bailarino no Grupo de Danças de Maria Duschenes
1972 – Rio de Janeiro RJ – professor – Núcleo de Artes Criativas, NAC
1972 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo da peça Casa de Bonecas – Teatro Cândido Mendes
1973 – Rio de Janeiro RJ – assistente de direção e coreógrafo do espetáculo Calabar (censurado)
[197_] – Rio de Janeiro RJ – fundador e professor da Academia de Dança no Horto
[197_] – Rio de Janeiro RJ – diretor e coreógrafo da peça infantil No Mundo da Lua – Teatro Cacilda Becker
[197_] – Rio de Janeiro RJ – assistente de direção do filme Diamante, com direção de Rose Lacreta
[197_] – Rio de Janeiro RJ – diretor e coreógrafo da Revista Gomalina Mon Amour – Teatro Galeria
[197_] – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo de Torre em Concurso – Teatro Glauce Gil
[197_] – Rio de Janeiro RJ – diretor e coreógrafo do espetáculo Bang-Bang – Teatro Santa Rosa
[197_] – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo do espetáculo História de um soldado – Sala Cecília Meirelles
1975 – Rio de Janeiro RJ – diretor da peça Diário de um Louco – Teatro Casa do Estudante
1976 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo do programa televisivo Sítio do Pica a Pau Amarelo – Rede Globo
[197_] – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo de abertura do Fantástico – Rede Globo
[197_] – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo de Dois Pontos – Teatro Aliança Francesa
[197_] – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo da peça infantil É Isto ou Aquilo – Teatro Sesi
1979 – São Paulo SP – coreógrafo da Rede Bandeirantes
1979 – São Paulo SP – protagonista no filme Diacuí, de Ivan Kudrna
1980 – São Paulo SP – professor de dança no Ballet Stagium
1980 – Rio de Janeiro RJ – participa, como ator, da telenovela Água Viva – Rede Globo
1981 – Rio de Janeiro RJ – co-criador da Companhia Vacilou, Dançou, junto com Carlota Portella
1981 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo do espetáculo Vacilou, Dançou – Teatro do BNH
1981 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo da cena de despedida de Beth Faria, na novela Baila Comigo – Rede Globo
1981 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança no Centro de Orientação Física Álvaro Barreto
1981 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança na Academia Júlio Veloso
1982 – Recife PE – professor de dança na Academia Arte e Movimento
1982 – Recife PE – coreógrafo do espetáculo A Nossa Cara – Teatro Apolo
1982 – Recife PE – coreógrafo no espetáculo Capataz de Salema – Teatro de Santa Isabel
1983 – Recife PE – fundador e diretor da Associação de Dança do Recife, ADR
1983 – Recife PE – responsável e professor do setor de dança da Universidade Católica de Pernambuco, UNICAP (cursos de extensão)
1983 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Fuga e Mistério (Piazzolada), da Associação de Dança do Recife – Teatro de Santa Isabel
1983 – Recife PE – coreógrafo de É o dia – Congresso de Comunicação Social
1984 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo A Toda Prova, da Associação de Dança do Recife – Teatro Apolo
1984 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança na Academia Marly Tavares
1984 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo do clip Talk to me, com direção de Ruy Guerra
1984 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo da peça Hans Standen – Teatro Villa Lobos
1985 – Rio de Janeiro RJ – diretor da peça Entre o hoje e o amanhã, grupo Banduendes – Teatro Villa Lobos
1985 – Rio de Janeiro RJ – diretor geral do projeto cultural Teatro na Praça
1985 – Recife PE – preparador corporal da peça Coram Populo, com direção de Carlos Carvalho – Poço da Panela
1986 – Recife PE – diretor, coreógrafo e diretor musical do espetáculo Quadros Vivos – Teatro de Santa Isabel
1987 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança no Curso de Teatro Musical Brasileiro
1987 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro
1987 – Rio de Janeiro RJ – professor de dança no Instituto Nacional de Artes Cênicas, Inacen
1988 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Peles da Lua
1989 – Recife PE – coreógrafo do espetáculo Festa da Pedra – Ateliê de Francisco Brennand
1990 – Recife PE – coreógrafo do espetáculo Lua Cambará – Blue Angel
1991 – Rio de Janeiro RJ – coreógrafo do espetáculo infantil Peter Pan – Teatro Villa Lobos
1994 – Recife PE – artista plástico, com a exposição Os trabalhadores do mar – Galeria Lula Cardoso Ayres
1994 – Recife PE – artista plástico na Exposição Internacional de Design
1994 – Recife PE – artista plástico na Exposição Contemporânea – Instituto de Cultura Brasil-Itália
2003 – Recife PE – diretor e coreógrafo no projeto O solo do outro – Teatro Hermilo Borba Filho, Centro de Formação e Pesquisa em Artes Cênicas Apolo Hermilo.
2003 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Imagens, resultado de oficina da Casa do Grial
2006 – Recife PE – Homenageado na décima primeira edição do Festival de Dança do Recife
2006 – Recife PE – Coreografa o solo Sintonia, para o Festival de Dança do Recife.

Observações

As informações desta biografia foram atualizadas até maio de 2006.

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