Resultados

está vazio...

Carregando

ROLAR PARA BAIXO

Nascido: 1958
Recife, Brasil – PE
Coreógrafo / diretor / ator / bailarino
Local de atuação: Recife, PE – Brasil

Formação

Inicia-se no teatro, em 1974, na Escola Professor Alfredo Freire, com a professora Ilza de Siqueira Cavalcanti, que o estimula a ter contato com as variadas atividades que compõem as artes cênicas, fazendo com que ele conheça a dança e tenha uma construção artística ampla. Na sua formação específica em dança, faz aulas de balé clássico, dança moderna, dança contemporânea, capoeira, caboclinho, maracatu, frevo, cavalo-marinho, entre outras modalidades.

Cita algumas pessoas de Pernambuco como importantes para a sua formação, tanto no teatro como na dança, a exemplo de: Ozita Araújo, Luiz Lima, Carlos Carvalho e Almir Rodrigues, no teatro; e Nascimento do Passo, André Madureira, Ruth Rozenbaum, Carol Lemos, Airton Tenório, Bernot Sanches e Mônica Lira, na dança. Atribui uma grande importância ao fato de ter conhecido o trabalho e o pensamento em dança-teatro de Pina Baush. Em 2000, faz um curso na França de Escrita Coreográfica, com Susan Buirgue, no Centre de Recherche et Composition Choréographiques de Royalmont.

 

Sobre a importância dos ensinamentos do teatro também para a dança, a exemplo do que aprende com Almir Rodrigues, conta:

“Ele me ensinou a pensar, ele me ensinou a pensar o corpo e a cabeça, não sei se eu aprendi, mas ele tentou (…) até hoje eu uso os ensinamentos dele, um grande diretor (…) Um de seus ensinamentos foi: ‘Vocês estão esquentando demais o corpo, aqueçam a mente também. (…) todo ator e bailarino deve aquecer a mente, fazer os dois se possível’”. (SILVA, J. R. 2004)

Atuação

Sua atuação profissional, como bailarino, ator, diretor ou coreógrafo, é ampla e significativa para a cena da dança em Recife. Participa, desde o início, de diferentes formas da cena cultural da cidade. Desenvolve um trabalho de criação pautado no conhecimento e na pesquisa, promovendo um diálogo entre dança e teatro. Integra, com destaque, do elenco do Balé Popular do Recife (1976 a 1984) e contribui para a criação dos grupos Retornança (1986), Corpus Populis (1988) e Balé Brincantes de Pernambuco (1988). Funda, em 1990, a Compassos Cia. de Danças, grupo com atuação constante na produção de dança em Pernambuco e na formação de bailarinos profissionais e promovendo debates sobre arte na cidade, a exemplo do projeto Chá com Arte, promovido pelo grupo desde 2007.

Coreógrafo

Seus principais trabalhos como coreógrafo são: a coreografia Quarto Mundo (1985), que concebe e coreografa juntamente a Alexandre Macedo e Célia Meira e que considera importante para o que faz ainda hoje; o espetáculo de dança-teatro Litanias de Satã (1987), coreografado também por Alexandre Macedo e roteirizado por Carlos Carvalho; o espetáculo Contrastes com Trastes (1989), pelo Grupo Corpus Populis; o espetáculo Ilustração e Luzeiro (1990), primeiro trabalho da Compassos Cia. de Danças e no qual incorpora elementos da dança popular; a remontagem da peça Bandeira de São João (1993), dirigida por Almir Rodrigues; o espetáculo Portas (1994), que inicia a Compassos Cia. de Danças na linguagem de dança contemporânea; o espetáculo Pássaros (1997), pela Compassos Cia. de Danças; o espetáculo Oratorium (1999), pela Compassos Cia. de Danças, citado por Raimundo Branco como um dos seus trabalhos prediletos; e Contrastes (2004), pela Compassos Cia. de Danças, retomando o espetáculo Contrastes com Traste (1989) e que vem como um repensar teatro e dança com investigação mais ampla, tendo o bailarino como parceiro direto na criação.

Diretor

Coordena e dirige quatro versões do Festival Salesiano, Fesarte, de 1985 a 1988. Participa da formação e dirige coreografias para os grupos Balé Brincantes de Pernambuco e Corpus Populis, em 1989. Dirige todos os espetáculos da Compassos Cia. de Danças, desde a sua fundação em 1990.

Ator

Os principais trabalhos em que participa como ator são: Viva o Cordão Encarnado (1976), dirigido por Lúcio Lombardi; os espetáculos roteirizados e dirigidos por André Madureira – Tiradentes (1979), O Circo Fantasia (1979/1980)) e Jesus de Nazaré (1979/1984); a peça Woyzec (1986), de Georg Buchner, sob direção de Moncho Rodrigues e na qual faz o protagonista; a peça Avia Brasil (1987), dirigido por Carlos Carvalho; a remontagem da peça Bandeira de São João (1993), dirigida por Almir Rodrigues; a peça A Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba sem Dente (2000), adaptação do texto Zumba Sem Dente de Hermilo Borba Filho, com direção de Carlos Carvalho; e A Bicicleta do Condenado (2003), de Fernando Arrabal, dirigida por Carlos Carvalho.

 

Sobre Woyzec, um dos trabalhos que considera mais relevantes para sua carreira de ator, declara:

“É um marco na minha carreira como ator, um papel de extrema dificuldade, um trabalho riquíssimo no qual eu fui explorado ao máximo no físico, no emocional, no artístico, o ator-bailarino propriamente dito”. (SILVA, J. R. 2004).

Bailarino

Os trabalhos mais representativos em que atua como bailarino são os espetáculos: Prosopopéia – Auto do Guerreiro (1978/1984), coreografado por André Madureira, pelo Balé Popular do Recife; Olorum Axé (1979/1980), dirigido e coreografado por Zumbi Bahia, pelo Balé Primitivo de Arte Negra; Boi Castanho do Reino do Meio-dia (1980), roteirizado e dirigido por Antônio Carlos Nóbrega; Quarto Mundo (1985), que dirige juntamente a Alexandre Macedo e Célia Meira; Litanias de Satã (1987), que também dirige junto a Alexandre Macedo e cujo roteiro é de Carlos Carvalho; o espetáculo A Festa de Pedra (1989), coreografado por Zdenek Hampl; Ilustração e Luzeiro (1990) e Portas (1994), dos quais também é coreógrafo, pela Compassos Cia. de Danças; e Coppélia: a Boneca dos Olhos de Esmalte (1994), balé de repertório adaptado por Carol Lemos e dirigido por Zdenek Hampl. Em 2008 atua como bailarino no espetáculo Igual sem Igual, da Compassos Cia de Danças, coreografado por Ivaldo Mendonça.

Processos criativos

Seu processo criativo advém de inúmeras situações e inspirações, que vão desde uma observação de um fato, de uma atitude ou um objeto, como uma capa de disco, até uma sensação. Após a escolha do tema, recorre à pesquisa como um componente imprescindível para a criação. A partir disso é que procede à criação do gestual. A respeito de seu processo criativo em um dos espetáculos, comenta:

“No caso de Oratorium, a idéia surgiu da capa de um disco. Eu estava numa loja, o cara me mostrou um disco, eu olhei e disse: ‘puxa isso dá um espetáculo…’. (…) e virou, depois de muita pesquisa, Oratorium”. (SILVA, J. R. 2004)

 

No espetáculo intitulado Portas, a criação e o desafio surgem de tentar utilizá-las não só como cenário, mas deslocá-las do seu lugar primário, então Jobson Figueiredo faz um pentágono de portas que se movimentam durante todo o espetáculo. Os movimentos e a iluminação vêm de experimentos feitos por Branco dentro de seu apartamento, na observação e contato com a luminosidade que passam pelas frestas da porta.

 

A iluminação sempre é uma referência forte nos espetáculos da Compassos Cia de Danças, servindo de elemento inspiração para várias criações, a exemplo Contrastes e Eu sinto a Terra Mover-se… Já a relação com a música varia a cada montagem, podendo ser o elemento primeiro para a criação, ou ser inserido no trabalho durante o processo.

 

“Eu já fiz metade do espetáculo sem saber qual era a música que eu queria usar. E era um desespero porque o povo perguntava: ‘a música chega?’ Quando foi faltando um mês pra o espetáculo estrear, eu disse: ´agora chegou a música do espetáculo´. E foi muito bacana. Como também eu já construí o espetáculo todo com uma trilha sonora. E teve vezes que depois do espetáculo pronto a gente costumava ensaiar sem música para perceber a musicalidade do espetáculo. Isso acontecia muito em Portas”. (SILVA, J. R. 2009)

 

Considera o estudo como elemento essencial para o processo criativo dentro da Compassos Cia. de Danças, prática que sempre estimulou entre os integrantes do grupo. Sobre isto afirma:

“Na companhia a gente sempre instigava as pessoas de estudar. Comprava livros, e se não tinha arrumava um jeito de mandar buscar. Toda vez que eu viajava aproveitava para comprar uma penca de material. Eu tenho livro que eu comprei sem nem saber o porquê, achando que um dia ia precisar. E hoje eles são fundamentais no processo de trabalho da gente”. (SILVA, J. R. 2009)

 

Sua formação em teatro e dança propiciou o desenvolvimento de um pensamento artístico de diálogo entre as duas linguagens na hora da criação. Tem o grupo mineiro 1º Ato como referência brasileira de trabalho que promove essa interação de linguagens.

“Tem um grupo que eu admiro muito nessa relação de teatro com a dança, que é o 1º Ato. Eu assisti Gothan City (Isso aqui não é Gotan City), e fiquei de queixo caído. Você olha e diz: ‘não são atores, não tem fala, não tem essa coisa de teatro físico’. Às vezes eles levantam um gesto e tem uma fala incrível. Eu gosto disso, de que o teatro esteja presente na dança sem você dizer que é teatro”. (SILVA, J. R. 2004)

Cronologia Profissional

1978/1984 – Recife PE – bailarino do Balé Popular do Recife

1979/1980 – Recife PE – bailarino no espetáculo Olorum Axé,do Balé Primitivo de Arte Negra

1980 – Recife PE – bailarino do espetáculo Boi Castanho do Reino do Meio Dia

1983 – Recife PE – coreógrafo e bailarino no espetáculo Brasil com S

1983 – Olinda PE – diretor no 1o Festival Folclórico da Escola Estadual de Olinda

1985 – Recife PE – bailarino da peça O Batuqueiro é o Rei – Teatro José de Alencar

1985 – Recife PE – coreógrafo e bailarino em O Quarto Mundo

1985 – Recife PE – premiado em 1º lugar pela coreografia O Quarto Mundo, na II Mostra de Coreografias do III Ciclo de Danças do Recife

1985 – Recife PE – coreógrafo na peça Draculim e o Circo no Espaço

1985/1988 – Recife PE – diretor e coordenador dos II, IV, V e VI Festivais Salesiano, Fesarte

1986/1987 – Recife PE – co-fundador e coreógrafo do Grupo de Dança e Teatro Retornança

1986 – Recife PE – coreógrafo e bailarino em Experimento I – Dança Solitária do Grupo de Dança e Teatro Retornança

1987 – Recife PE – coreógrafo e bailarino no espetáculo Litanias de Satã

1987 – Recife PE – premiado com Honra ao Mérito pelo espetáculo Litanias de Satã, na IV Mostra de Coreografias do V Ciclo de Danças do Recife

1988 – Recife PE – bailarino na coreografia Corpo e Vida da Academia Corpo Vivo

1989 – Recife PE – bailarino no espetáculo Festa da Pedra – Ateliê de Francisco Brennand

1989 – Recife PE – coreógrafo no espetáculo Contrastes com Trastes do Grupo Corpus Populis

1989 – Recife PE – coreógrafo no espetáculo Magia do Balé Brincantes de Pernambuco

1989/ 1990 – Recife PE – bailarino no espetáculo A Bela Adormecida – Teatro de Santa Isabel

1990 – Recife PE – fundador da Compassos Cia. de Danças

1991 – Recife PE – diretor, coreógrafo e bailarino do espetáculo Ilustração e Luzeiro, da Compassos Cia. de Danças

1992 – Recife PE – coreógrafo na peça A Noviça e o Capitão

1993 – Recife PE – coreógrafo na remontagem da peça Bandeira de São João

1993 – Recife PE – bailarino no espetáculo Dança contra Fome – Teatro Barreto Junior

1994 – Recife PE – diretor, coreógrafo e bailarino no espetáculo Portas, da Compassos Cia. de Danças

1995 – Recife PE – bailarino no espetáculo Coppélia, A Boneca dos Olhos de Esmalte, da Carolemos Dançarte – Teatro Guararapes

1997 – Recife PE – diretor e coreógrafo no espetáculo Pássaros, da Compassos Cia. de Danças

1997 – Recife PE – diretor e coreógrafo no espetáculo Nó’s e Três aberturas Iluminadas, da Compassos Cia. de Danças

1999 – Recife PE – diretor e coreógrafo no espetáculo Oratorium, da Compassos Cia. de Danças

1999 – Recife PE – diretor e coreógrafo na coreografia Comunhão, da Compassos Cia. de Danças

2000 – Recife PE – premiado na categoria Melhor Espetáculo, Cenário e Figurino por Oratorium, pela Associação de Produtores em Artes Cênicas de Pernambuco, Apacepe

2000 – Recife PE – premiado na categoria Trilha Sonora pela coreografia Comunhão, pela Associação de Produtores em Artes Cênicas de Pernambuco, Apacepe

2000 – Recife PE – coreógrafo e preparador corporal no espetáculo Alheio

2000 – Recife PE – preparador corporal na peça A História de Zumba Sem Dente.

2000 – Recife PE – preparador corporal na peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria

2000 – Recife PE – preparador corporal na peça Ópera do Fogo

2001 a 2004 – PE – ministra oficinas de expressão corporal para atores no Circuito Pernambucano de Artes Cênicas
2002 – Recife PE – ministra, juntamente com Carlos Carvalho, a oficina O Corpo e o Espírito do Ator Brincante – Janeiro de Grandes Espetáculos

2002 – Guaramiranga CE – premiado na categoria Preparador Corporal com prêmio especial do júri pelas peças A História de Zumba Sem Dente (Três vezes Hermilo) e O Arquiteto e o Imperador da Assíria – Festival de Guaramiranga

2003 – Recife PE – diretor e coreógrafo no espetáculo Cordas de Caranguejos, da Compassos Cia. de Danças – Teatro Hermilo

2003 – Recife PE – diretor e coreógrafo no espetáculo Dois solos e um duo, da Compassos Cia de Danças

2004 – Recife PE – assistente de direção no espetáculo Sonho de Primavera

2004 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Contrastes, da Compassos Cia. de Danças – Teatro Apolo

2006 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Eu sinto a terra mover-se…, da Compassos Cia. de Danças

2007 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Sobre um Paroquiano, da Compassos Cia. de Danças – Teatro Hermilo Borba Filho

Observações

As informações desta biografia foram atualizadas até julho de 2009.

plugins premium WordPress Skip to content