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Formação

Inicia sua formação em dança com aulas de balé, no Departamento de Extensão Cultural e Artística, DEC, na Rua Fernandes Vieira. Lá são professoras Gracita Cavendish, Nelly Spencer de Holanda e Alna Prado, também diretora. No Recife, porém, a principal referência em seu aperfeiçoamento neste estilo de dança é o Curso de Danças Clássicas Flávia Barros, para o qual ganha bolsa de estudos após seleção de fim de ano, promovida pela professora, em 1965. Em sua participação no espetáculo Balé Armorial do Nordeste – Iniciação Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados, aprofunda seu contato com movimentos da dança popular, embora estilizada para o clássico. Fora do Recife faz aulas a partir de 1970 com Eugênia Feodorova (Rio de Janeiro) e Tatiana Leskova (Rio de Janeiro). Para a sua formação em jazz, são fundamentais as aulas iniciais com Vilma Vernon (Rio de Janeiro), principal responsável pela transição do bailarino clássico para o jazz. Neste estilo, tem aulas, também, com Marly Tavares e Lennie Dale, ambos do Rio de Janeiro. Sua formação é marcada por inúmeras viagens ao Rio de Janeiro e a São Paulo, conforme conta:
“Eu viajava constantemente para fazer aulas: Rio de Janeiro, São Paulo, etc. Fiz muitas aulas no Stagium (São Paulo) e no Cisne Negro (São Paulo).” (Salim, F. 2003)

 

Sobre os principais nomes que o influenciaram, enfatiza:
“As aulas mais importantes para minha formação clássica foram as de Eugênia Feodorova, Tatiana Leskova e Flávia Barros.” (Salim, F. 2003)

Atuação

Membro do Conselho Brasileiro de Dança, Fred Salim atua em várias esferas da dança, com destaque para sua atuação como bailarino nas décadas de 70 e 80. No decorrer de sua carreira, é convidado para dançar por nomes como: Tânia Trindade (Recife); Edite Barros (Recife); Clara Pinto (Belém); Emília Vasconcelos (Maceió); Reinaldo Faray (São Luís), entre outros, além de ter sido integrante do Grupo de Ballet do Recife e do Balé Armorial do Nordeste dirigidos por Flávia Barros (Recife). Como funcionário da Fundação de Cultura desde 1980, é considerado pioneiro como promotor de dança na cidade do Recife, criando e coordenando o Ciclo de Dança (1983-1990), e o Estação Dançar (1989, 1991 e 1996), além de outros eventos de grande importância no cenário cultural do Nordeste. Sua experiência artística também abrange as atividades de professor em festivais e escolas, coreógrafo convidado por alguns grupos do Nordeste e jurado de eventos de dança nacional.

 

 

Em 2004 atua como diretor de eventos, do Espaço Cultural Pátio de São Pedro e promovendo alguns eventos de dança como Delegado Regional do Conselho Brasileiro de Dança.

Bailarino

De 1968 a 1970, compõe o corpo de baile da TV Jornal do Commercio (Balé do Canal 2), inicialmente coordenado pelo coreógrafo argentino Jorge Danel e, em seguida, por Gerluce Amorim, bailarina clássica e professora de destaque nas décadas de 60 e 70. Participa do grupo na TV Record de SP. Conta com um repertório variado, que inclui balés de repertório, shows em programas de auditório, a cena do Bacanal de Herodes da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém (1975 a 1983), e espetáculos de outros Estados. Os trabalhos mais significativos em que atua são: o balé de repertório de Petipa, La Bayadère; o espetáculo Balé Armorial do Nordeste– Iniciação Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados (1976), concebido por Ariano Suassuna e coreografado por Flávia Barros; a coreografia Ménage, de Stefane Doss; o espetáculo Desdêmona (1980), coreografado por Anick Mancouvert, com o Grupo de Dança Contemporânea do Recife. Além destes, são significativos, espetáculos locais e em outros Estados como convidado: no Recife, com Tânia Trindade e Edite Barros; em Aracaju, com Lu Spinelli; em João Pessoa; Natal (Ballet Municipal); em Maceió, com Lilia Vasconcelos; em Belém do Pará, com Clara Pinto; em São Luís, com Reinaldo Faray.

Professor

Atua como professor: de balé clássico no Teatro Santa Rosa, em João Pessoa; na Academia Marabô e Biarritz, ambas no Recife.

Coreógrafo

Atua como coreógrafo no grupo de dança popular Tropeiros da Borborema, de Campina Grande (PB) em 1989. Também foi responsável pela coreografia da Cena Bacanal de Herodes, na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, por alguns anos da década de 70 e 80.

Produtor

Suas principais atividades e realizações, como produtor, são: assessoria de dança da Fundação de Cultura da Prefeitura do Recife, desde 1983; produção do Espetáculo O Capataz de Salema (1982); oito Ciclos de Dança, de 1983 a 1990; duas edições do projeto Estação Dançar; o evento Dança para Todos; a I e II Mostra Recife de Dança; coordenação do projeto Pé na Dança (2000); produção do evento do Dia Internacional da Dança (desde 2001); diretor de eventos do Pátio de São Pedro (a partir de 1998).

Pesquisador

Participa do grupo de estudos dirigido por Helena Katz, no qual desenvolve o interesse de pesquisar danças regionais, brasileiras e internacionais, atuação que exerce sem orientação acadêmica.

 

Sobre suas pesquisa, revela:
Quando eu comecei a pesquisar, eu comecei a ver que a gente tem que seguir as raízes, porque senão o que será da dança daqui para frente? Não tem identidade”.(Salim, F. 2003)

Processos criativos

Seus processos de criação estão sempre ligados à pesquisa de movimentos de épocas e contextos, como no caso da reelaboração da coreografia do bacanal de Herodes, na Paixão de Cristo, buscando em fontes históricas, e consultando seus mestres, sobre as formas mais adequadas para a cena.

 

Como coreógrafo do espetáculo Os Tropeiros da Borborema, adequa seus repertório clássico à dança popular, a partir de pesquisa das danças populares tradicionais do Nordeste. Uma preocupação sua é o apuro técnico dos bailarinos.

 

Sobre seu processo criativo, declara:
“No processo de criação, eu não tenho nenhuma escola. A partir do que se quer, da música que é proposta, da indicação do estilo, como o popular, crio em cima da pesquisa que eu já tenho. Porque eu gosto de pegar o autêntico e não modernizar. Eu não uso essa palavra, eu recrio para o palco, com a mesma linguagem. Quando se tira aquela linguagem, o verdadeiro caboclinho ou o maracatu, seja o que for, tira-se o estilo de seu habitat, já se está dando uma nova roupagem. Um bom exemplo é o caboclinho. Dança-se o tempo todo em filas, e, quando se vai para um palco de 8 x 8m, como é que se vai fazer? Tem que manter as filas e criar o desenho coreográfico, sem retirar a autenticidade do caboclinho, usando todo o palco, com círculo, fazer variações, mas sem deixar que ele perca em autenticidade.”(Salim, F. 2003)

Cronologia Profissional

1968/1970 – Recife PE – bailarino da TV Jornal do Commercio (Balé do Canal2)
1972/1978 – Recife PE – bailarino do Grupo de Ballet do Recife
1975/1983 – Recife PE – bailarino na cena do Bacanal de Herodes, da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém
1976 – Recife PE – bailarino no espetáculo Balé Armorial do Nordeste – Iniciação Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados – Teatro de Santa Isabel
[19__] – bailarino no balé de repertório de Petipa La Bayadère
[19__] – bailarino na coreografia Ménage
1980 – Recife PE – bailarino no espetáculo Desdêmona
1982 – Recife PE – produtor e bailarino do espetáculo O Capataz de Salema – Teatro de Santa Isabel
1983/1990 – Recife PE – realizador e coordenador de todas as edições do Ciclo de Dança do Recife
1989 – Campina Grande PB – coreógrafo do grupo Tropeiros da Borborema
[199_] – Recife PE – Assessor de Dança da Diretoria de Assuntos Culturais da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE
1991 – Recife PE – coordenador no projeto Estação Dançar
1996 – Recife PE – coordenador no projeto Estação Dançar
2000 – Recife PE – coordenador do projeto Pé na Dança – Pátio de São Pedro

Observações

As informações desta biografia foram atualizadas até maio de 2004.

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