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Nascimento: 1944
Formação
Inicia sua formação em balé clássico no Recife, em 1958, com a professora Flávia Barros, de quem é aluna por muitos anos. Em 1972, vai para o Rio de Janeiro, onde se aprofunda na técnica clássica com as professoras Tatiana Leskowa, Slawa Golenko e Eugênia Feodorova. Em 1992, quando já ensina nesta modalidade, faz curso para professores na Universidade do Michigan (USA).
Sobre a formação no Rio de Janeiro, destaca:
“Eu fui muito afortunada, porque eu frequentei aulas com Tatiana Leskova e Eugênia Feodorava. Madame Feodorova gostou muito de mim, achou que eu tinha talento. Quando ela soube que eu ia voltar para cá, começou a me preparar para eu dar aula aqui. Foi quando ela me passou o método de Agripina Vaganova, para que eu estudasse em livros escritos em espanhol, e algumas apostilas também.” (Lemos, C. 2004)
Atuação
Sua atuação no Recife é representativa como professora de balé clássico e como fundadora, em 1983, da academia Carolemos Dançarte, escola de dança com constante atividade durante as décadas de 80 e 90, e que forma muitos bailarinos da cidade. A partir dos anos 90, sobressai-se como produtora e diretora de balés de repertório completos, apresentando, no Recife, La Fille Mal Gardeé, Coppélia e Dom Quixote. Este último é resultado de um projeto aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura de Pernambuco, em 1998. Como bailarina, destaca-se, em 1976, fazendo La Condessa, papel protagonista no espetáculo Balé Armorial do Nordeste.
Em 2004, continua atuando como professora e diretora da academia Carolemos Dançarte.
Bailarina
Como bailarina, apresenta-se em festivais promovidos pelo Curso de Danças Clássicas Flávia Barros, na década de 60. Nos anos 70, integra o Grupo de Ballet do Recife, dirigido e coreografado por Flávia Barros. Os espetáculos que considera mais importantes em sua carreira de bailarina são: o Balé Armorial do Nordeste (1976), dirigido e coreografado por Flávia Barros e com roteiro de Ariano Suassuna, e no qual atua como protagonista; e Desdêmona (1980), de Annick Mancouvert, em que também interpreta a protagonista da obra, a personagem Desdêmona.
Sobre o papel que representa no espetáculo Balé Armorial do Nordeste, comenta:
“Flávia achava que eu tinha muita veia artística, que eu também tinha jeito para teatro. Isso precisava ser forte num personagem que ia dançar uma hora, as pessoas eram muito inibidas para dar vazão ao seu interior, artisticamente, e eu não era. Ela tinha confiança que eu ia saber interpretar.” (Lemos, C. 2004)
Professora
Dá as suas primeiras aulas aos 15 anos, substituindo a professora Fátima Menezes. Ao estudar dança, no Rio de Janeiro, tem contato com a russa Eugênia Feodorova, que repassa seus conhecimentos do método de ensino de balé clássico da escola de Vaganova, para que Carol possa utilizar ao voltar para o Recife. Em 1979, de volta ao Recife, intensifica sua atuação como professora, ensinando balé clássico na escola de Nelma Guerra. Em 1983, funda sua própria academia, a Carolemos Dançarte, na qual atua como professora.
Sobre os elementos que considera fundamentais no exercício de professora, revela:
“Eu gosto de ensinar quem quer aprender. Depois que você tem muitos anos na profissão, você tem uma gana muito grande de passar. Quanto mais você aprende, mais você tem o que dar. Outra coisa importante para a carreira de professor é usar a anatomia na dança.” (Lemos, C. 2004)
Coreógrafa
Atua como coreógrafa nos espetáculos produzidos pela sua academia Carolemos Dançarte, destacando os seguintes: o espetáculo Alice no País das Maravilhas (1989), o balé de repertório La Fille Mal Gardeé (1990), o balé de repertório Coppélia (1995/1996), o balé de repertório Dom Quixote (1998) e o espetáculo O Rei Leão (1999/2000).
Outras atividades
m 1983, funda a academia Carolemos Dançarte, escola com atividade permanente nas décadas de 80 e 90, na qual atua como professora e diretora. Nos anos 90, produz balés de repertório, espetáculos com grande produção e repercussão na cidade, pelas suas unidade e qualidade. Em 1998, realiza o balé completo Dom Quixote, um projeto aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura de Pernambuco (SIC). A Carolemos Dançarte, até então, é a única escola da cidade com esse tipo de iniciativa.
Sobre o que a impulsiona, na época, a abrir sua própria academia, conta:
“Eu cheguei para meus pais e disse: ‘Eu vou abrir uma sala, eu não consigo trabalhar com as pessoas, é difícil. Eu estudei muito, eu tenho que botar para fora o meu conhecimento. Eu fico muito restrita. Às vezes eu não sei se as pessoas estão me entendendo. Eu me sinto muito tolhida.” (Lemos, C. 2004)
Processos criativos
Em geral, os espetáculos realizados por sua academia são baseados em balés de repertórios famosos. Para a escolha dos balés que apresenta, acha essencial que tenham uma identificação com a cultura brasileira, com temas cômicos, como em La Fille Mal Gardeé, ou que retratem a vivacidade do povo latino-americano, como acontece em Dom Quixote. Freqüentemente convida atores e bailarinos para completar o quadro de intérpretes em seus espetáculos, buscando a qualidade cênica. A música também é um elemento importante para montagem de seus espetáculos.
Sobre isto, comenta:
“Eu acho que tem que escolher muito bem a música, com a preocupação de não fazer o espetáculo cair. Ela tem que crescer no gráfico da emoção, para que mesmo quem não entenda de dança fique fascinado pela música também. Cabe ao coreógrafo casar a movimentação com a trilha sonora escolhida. A emoção sobe como a música, acompanha o processo. Isso é imprescindível para você ter sucesso com o espetáculo.” (Lemos, C. 2004)
Ao montar os balés de repertório, assiste a fitas de vídeo de companhias estrangeiras, para escolher a melhor versão da obra. Às vezes seleciona coreografias de diferentes companhias para montar um só espetáculo, adaptando a sua concepção. Mesmo quando os trabalhos de sua academia não são baseados nesses balés, costuma assistir a filmes de dança para montá-los.
Segundo ela, esta é sua fonte de pesquisa:
“Eu tenho muitos filmes de balé a que eu assisto nas férias. Através deles, eu faço minha pesquisa. Mas não copio. Algum pedaço que eu acho tão bonito, tão genial eu copio porque eu acho que não vai existir melhor versão daquela coreografia, então repito a movimentação coreográfica original.” (Lemos, C. 2004)
Cronologia Profissional
1975/ 1978 – Recife PE – bailarina do Grupo de Ballet do Recife
1976 – Recife PE – bailarina do espetáculo Balé Armorial do Nordeste – Teatro Santa Isabel
1979/ 1982 – Recife PE – professora de balé clássico da Academia Nelma Guerra
1980 – Recife PE – bailarina do espetáculo Desdêmona – Teatro de Santa Isabel
1983 – Recife PE – funda a academia Carolemos Dançarte
1990 – Recife PE – diretora e coreógrafa do espetáculo La Fille Mal Gardeé – Teatro Guararapes
1992 – Recife PE – premiada com o Prêmio Troféu Imprensa, Melhores Profissionais do Ano 92
1995 – Recife PE – diretora e coreógrafa do espetáculo Coppélia – Teatro Guararapes
1996 – Recife PE – diretora e coreógrafa do espetáculo Coppélia – Teatro Guararapes
1998 – Recife PE – diretora e coreógrafa do espetáculo Dom Quixote – Teatro Guararapes
1999 – Recife PE – diretora e coreógrafa do espetáculo O Rei Leão – Teatro Guararapes