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Nascido: 1951
Garanhuns, Brasil – PE
coreógrafo / diretor / produtor geral
Local de atuação: Recife, PE – Brasil

Formação

Inicia sua carreira como produtor artístico de teatro e tv e, através de pesquisa, desenvolve métodos de ensino, coreografia e catalogação de passos para a dança popular, conforme explica:
“Nós trabalhávamos com visualização e memorização, porque o universo da dança popular era tão grande e não tínhamos noção de como registrar aquele manancial enorme de movimentos, interpretação, máscara, música, adereços, etc. Então, criei uma assessoria de dança para memorizar todos estes elementos em cada estilo, e, a partir disso, em nossos encontros, fazíamos nossas avaliações e criávamos o banco de passos.” (Madureira, A. 2003)

Atuação

André Madureira é fundador, diretor e coreógrafo do Balé Popular do Recife, grupo que dá origem ao segmento de dança popular cênica em Pernambuco. A iniciativa de André em criar um método de dança, chamado “brasílica”, e um banco de passos permite a grande divulgação dos folguedos nordestinos na sociedade, quebrando preconceitos, e dando surgimento a diferentes escolas e grupos de dança popular. Com uma trajetória de mais de vinte e cinco anos, sob a direção de André Madureira, o Balé Popular do Recife é responsável por consolidar um cenário de atuação profissional para a dança no Estado.

Coreógrafo e diretor

Seus principais trabalhos são o espetáculo Brincadeira de um Circo em Decadência (1977), com o qual inicia sua carreira e que dá origem ao Balé Popular do Recife; o espetáculo Prosopopéia – O Auto do Guerreiro (1979), que leva ao palco folguedos e danças populares de vários estados do Brasil; o espetáculo infantil Presepadas do Dr. Munganga (1993); o espetáculo didático A Capital do Frevo (1984), integrante de uma oficina de frevo; o espetáculo infantil natalino O Baile do Menino Deus (1981), baseado na obra de Ronaldo Brito; o espetáculo OH! Linda, Olinda (1984 e 1992), em homenagem à cidade de Olinda, no qual apresenta folguedos, entre eles o pastoril, e no qual foi criado o personagem Veio Mangaba do ator e cantor Walmir Chagas; o espetáculo Nordeste – A dança do Brasil (1987), resultado dos 10 anos de pesquisa do Balé Popular do Recife, encenado até hoje com adaptações; e o espetáculo Brasílica – O Romance da Nau Catarineta (1992), composto por 70 bailarinos, em comemoração aos 15 anos do grupo, com cerca de mil peças de figurino, dando continuidade à pesquisa da Dança Brasílica.

Em relação à sua pesquisa coreográfica, reflete:
“Nós tínhamos uma paixão pelo visual externo, a riqueza do conteúdo daquelas tradições. Então fizemos uma pesquisa. Precisávamos conhecer o que era frevo, caboclinhos, etc., a fim de que pudéssemos encenar com veracidade. A história de espetáculos é pequena, pois tínhamos um trabalho mais voltado para consolidar uma estética do Balé Popular do Recife.” (Madureira, A. 2003)

Produtor

Em Recife, no final da década de 60, exerce várias atividades como produtor, criando e produzindo peças e shows; em 1967, coordena um programa de auditório da Radio Jornal do Commercio (Recife); em 1972, coordena um programa na TV Jornal do Commercio. Sobre a contribuição de seus trabalhos como produtor para a sua criação em dança, diz:
“Foi a partir destes trabalhos que iniciei minha carreira artística, com a produção de textos e criação de seqüências cênicas. Desta época, surgiria o grupo Gente da Gente, que viria a se tornar o Balé Popular do Recife.” (Madureira, A. 2003)

Processos criativos

Os elementos inspiradores de sua criação são buscados em aspectos religiosos e filosóficos da dança popular e da cultura popular como um todo. Para o processo coreográfico, cataloga vários elementos das danças populares do Nordeste: passos, figurinos, mímica, instrumentos, etc.
Sobre o tratamento que é dado a essa pesquisa, explica:
“Essa catalogação não consiste só em mostrar, por exemplo, o que é caboclinho. Toma como base o caboclinho, mas está além dele. É o que chamo de meta-dança, compreendendo o que o Caboclinho quis expressar fisicamente quando fez o primeiro passo: coisas envolvidas, como o contato com a natureza, com o espírito sagrado da dança e várias outras informações que ele não percebia que estava manifestada na dança.” (Madureira, A. 2003)

 

O modo como aproveita os componentes da cultura popular influi no modo como define o seu Método Brasílica:
“É o estudo dos autos e folguedos populares do Nordeste, numa linguagem cênica recriada, sem perder as características primordiais do povo: garra, energia, espontaneidade. É uma dança que surge da mistura das raças – não é popular, não é folclórica, não é nativa, nem primitiva.” (Madureira, A. 2003)

 

Os espetáculos do Balé Popular começam sempre com um texto teatral, depois têm uma adaptação para um espetáculo de dança, que é desenvolvido da seguinte forma:
“A gente chama tudo de exercício – exercício de figurino, exercício de coreografia, etc. – O processo do Balé Popular do Recife sempre foi esse: indução e dedução daquilo que é bom, do que o espectador vai gostar e que nos realize também.” (Madureira, A. 2003)

Cronologia Profissional

1967 – Recife PE – coordenador do programa de Auditório Gurilandia Show – Radio Jornal do Commercio
1968 – Recife PE – criador, diretor e apresentador do quadro Juventude Verde Amarela – Radio Jornal do Commercio
1972 – Recife PE – Produtor do programa de auditório Tele Teatro Clube Show, na TV Jornal do Commercio
1972 – Recife PE – Fundador do Grupo teatral Gente da Gente, que realizava espetáculos infantis, como Presepadas do Dr. Muganga, espetáculos sacros e históricos, como Tiradentes e Jesus de Nazaré
1972 – Recife PE – ator no espetáculo A Rua, do Grupo Teatral Gente da Gente
1975/1979 – Recife PE – produtor e diretor de espetáculo infantil Circo Fantasia, com diferentes edições baseadas em Walt Disney e Hanna Barbera
1976 – Recife PE – fundador do Grupo Circense de Dança Popular
1977 – Recife PE – fundador do Balé Popular do Recife
1977 – Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do Espetáculo Brincadeiras de um Circo em Decadência, do Balé Popular do Recife
1979 – Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do Espetáculo Prosopopéia – Auto do Guerreiro, do Balé Popular do Recife
1983 – Recife PE – criador da Escola Brasílica de Dança
1984- Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo Oh! Linda Olinda, do Balé Popular do Recife, em comemoração dos 450 anos da cidade de Olinda.
1984- Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo A Capital do Frevo do Balé Popular do Recife
1987 – Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo Nordeste – A Dança do Brasil, do Balé Popular do Recife
1987 – Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo Brincadeiras de Rodas, Histórias e Canções de Ninar, do Balé Popular Infantil
1987 – (França) – diretor na turnê em cidades francesas do Balé Popular do Recife, durante três meses.
1991 – Recife PE – criador do Balé Brasílica
1991 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo Baile do Menino Deus, do Balé Brasílica
1992 – Recife – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo OH! Linda, Olinda, do Balé Brasílica
1992- Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo Brasílica – O Romance da Nau Catarineta, do Balé Popular do Recife
1993 – Recife PE – criador, diretor e coreógrafo do espetáculo Presepadas do Dr. Munganga, do Balé Brasílica
1994 – Recife PE – criador a Confraria da Dança Dramática, com o espetáculo Opereta do Recife
1995 – Recife PE – diretor do espetáculo Brasílica – O Romance da Nau Catarineta, do Balé Brasílica
2008 – Recife PE – diretor e coreógrafo do espetáculo As Andanças do Divino, do Balé Popular do Recife
2008 – Recife PE – autor do livro Alvíssaras, Meu Povo! Auto da Barca Brasílica, pela editora do Sesc Pernambuco.

Fontes

MADUREIRA, André: depoimento [2003]. Entrevistadores: L. Gesteira, M. Sena, T. Vicente e V. Vicente. Recife: 2004. Entrevista concedida ao Projeto RecorDança.

 

MADUREIRA, André: depoimento [2009]. Entrevistadores: D. Freyre, V. Vicente. Recife: 2009. Entrevista concedida ao Projeto RecorDança.

 

GALDINO,Christianne. Balé Popular do Recife – a escrita de uma dança. Recife: Bagaço, 2008.

 

OLIVEIRA, Maria Goretti Rocha de. Danças populares como espetáculo público no Recife, de 1979 a 1988. Recife: [s.n.], 1993.
Observações gerais: Esta biografia apresenta as informações disponíveis em maio de 2004 e atualizadas em julho de 2009.

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