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Nascimento: 1975
Recife, PE – Brasil
Diretora, coreógrafa, professora e gestora cultural
Local de atuação: Recife, PE – Brasil

Marilia Rameh é fundadora e diretora da Cia de Dança Artefolia, grupo que atua desde 1993 em Recife, com a proposta de criação em dança em diálogo com o Método Brasílica. Para a pesquisa Mapeando o Entrelugar da Dança Popular**, através da qual este texto foi produzido, a atuação de Marília se mostra importante para refletir sobre os desdobramentos dos trabalhos de artistas que foram formados pela Escola Brasílica, do Balé Popular do Recife. Além disso, a sua atuação política, ao participar da fundação do Movimento Dança Recife (2004) e ao assumir a Assessoria de Dança da Secretaria de Cultura de Pernambuco – SECULT-PE (2011-2014) aponta para reflexões que parecem ter influenciado na sua criação artística, bem como, contribuíram para as discussões sobre a cena de dança em Pernambuco.

 

A artista iniciou sua formação em dança na infância, a partir de 1978, por meio de aulas na Academia Minuche que funcionava nas instalações do Instituto Domingos Sávio, e posteriormente no Colégio Dom Bosco de Olinda, em Olinda. Nos anos 90, inicia sua formação na Escola Brasílica, em oficinas promovidas pelo Balé Popular do Recife. E entre 1990 e 1994 integra o elenco do Balé Brasílica, dançando nos primeiros espetáculos do grupo: Bicho Terra; Noite de Festa; Brasílica Conta Zumbi; Baile do Menino Deus; Oh! Linda Olinda e Brasílica – O Romance da Nau Catarineta.

 

Funda o Artefolia com um grupo de amigos em 1993, e ao longo dos 20 anos do grupo administra e é responsável pela direção geral. Atua como diretora artística em todas as montagens produzidas pela companhia: Pernambucando (1997); Mutamb (1999); Bela À Vista – A Descoberta de Cabral (2000); Irreverência (2001); Namata (2002); Patuscada (2003); Tambores e Maracás (2005); e Preto no Branco (2007). E como coreógrafa assina os trabalhos: Irreverência, Namata (criação coletiva do grupo, Mutamb também), Patuscada, Tambores e Maracás juntamente com Hugo Belfort e Preto no Branco juntamente com Célia Meira e Ivaldo Mendonça.

 

Além de bailarina e coreógrafa tem atuação como professora de dança, ensinando nas seguintes instituições: na Cia. de Dança Artefolia (desde 1993); no Instituto Especializado em Educação – IESE (1995), na Escola Luz e Saber (1995-1996); na Academia Santa Gertrudes (1997 -2001); e Projeto Viver Olinda (2003). Atuou ainda como professora convidada da Pós-graduação Latu Sensu em Dança – Práticas e Pensamentos do Corpo, da Faculdade Angel Vianna / Compassos Cia. de Danças (2011).

 

É especialista em Gestão e Produção Cultural pela FAFIRE e graduada em Relações Públicas pela Escola Superior de Relações Públicas – ESURP. Antes da especialização em gestão cultural, participou de diversos cursos e oficinas sobre elaboração de projetos e gestão em cultura. O envolvimento com esses conteúdos e com discussões acerca da mudança no perfil do Festival Internacional de Dança do Recife, em 2002, a levou a se engajar em questões políticas na área da dança. Em 2004, participa da fundação do Movimento Dança Recife, instrumento da sociedade civil criado pelos artistas para discutir políticas públicas para a dança. Marília atuou como umas das coordenadoras do Movimento Dança Recife de 2004 a 2011. E ainda atua como associada do grupo.

 

Como membro do Movimento Dança Recife coordenou importantes ações de difusão cultural e formação política a exemplo do Projeto Incubadoras Culturais (2005-2006) e o projeto Plataforma Itinerante com realização de seminários sobre Políticas Planos e Editais para a Dança que circulou por 12 municípios do estado de Pernambuco, com recursos do Ministério da Cultura (2010).

 

No âmbito nacional desdobra sua atuação política como representante de Pernambuco no Colegiado Setorial de Dança, FUNARTE/ Ministério da Cultura, de 2005 a 2010, e, desde 2008 como membro do Fórum Nacional de Dança, que discute e articula políticas para dança em âmbito nacional. No âmbito da política pública local trouxe importante contribuição, possibilitando o fortalecimento das ações para dança ao integrar a Comissão Setorial de Dança (FUNDARPE), de 2007 até 2011. Por sua militância política e experiência na área, Marília foi indicada pela sociedade civil para assumir a Assessoria de Dança da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe e ocupa o cargo de setembro de 2011 até janeiro de 2014. Esse fato representa uma importante conquista, resultante de uma mobilização dos artistas da dança, visto que a solicitação por representante da dança na Secretaria de Cultura foi pleito da área por anos consecutivos.

Fontes

RAMEH, Marília: depoimento [2013]. Entrevistadores: L.G. Costa e D. Santos. Recife: 2013. Entrevista concedida ao Projeto RecorDança.

 

GALDINO, Christianne Silva. Balé Popular do Recife : A escrita de uma Dança. Recife, 2006. Monografia do Curso de Especialização em Jornalismo Cultural, Unicap.

Observações

*Esse texto foi escrito por Daniela Santos, Liana Gesteira Costa, Valéria Vicente.
** A pesquisa Mapeando o Entrelugar da Dança Popular foi desenvolvida pelo Acervo Recordança no ano de 2013 com o objetivo de contribuir para o entendimento das diferentes abordagens de dança que, em Recife, articulam espetáculos com base no vocabulário de tradições populares brasileiras.
Para compreender as especificidades dessa produção e refletir sobre as semelhanças e diferenças desses grupos e do que se convencionou chamar de grupos parafolclóricos, foram escolhidos 10 artistas para apresentar suas trajetórias e dos grupos que fazem ou fizeram parte.
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