Adalberto Conceição da Silva, Zumbi Bahia, foi identificado como um dos primeiros difusores da Dança Afro em Pernambuco e um dos responsáveis pela retomada da capoeira nesse estado, na década de 1970. Foi um dos fundadores do Balé Primitivo de Arte Negra, primeiro grupo de dança afro da cidade e, posteriormente, do Balé de Arte Negra de Pernambuco.

Sua participação e atuação no contexto da dança afro foram identificadas como de extrema importância pela pesquisa Mapeando o Entrelugar da Dança Popular**, para a qual este texto foi produzido, para compreensão das origens dessa forma de dança em Pernambuco.

Zumbi Bahia pode ser considerado pioneiro na prática daquilo que pede a Lei Federal 10.639 de 2003 “Diretrizes para o Ensino e prática da Cultura Afro-Brasileira nas escolas”, pois já na década de 1970, introduziu em Recife o entendimento da capoeira como proposta pedagógica interdisciplinar em espaços educacionais no SESC, SESI e na Fundação Guararapes.

Foi o fundador da Associação Pernambucana de Capoeira no final da década de 70 e do afoxé Ilê de África, em 1982. Teve importante atuação na Paraíba e Recife nas décadas de 70, 80 e 90. Como também em São Luís onde continua seu trabalho artístico pedagógico atualmente. Por suas atividades de preservação da Capoeira, na Paraíba e Recife, ganhou o Prêmio conferido pelo IPHAN (2010/2011).

Disseminador da capoeira para artistas da cidade do Recife, como Antônio Carlos Nóbrega, Raimundo Branco (Compassos), Meia noite (Daruê Malungo), Gilson José Pereira (Majê Molê), Thelma Chase, entre outros. Exerceu atuação como educador corporal, apresentando a capoeira como possibilidade de construção e preparação corporal para dançarinos e artistas. A criação coreográfica aconteceu inicialmente com o grupo “Filhos de Obá” (BA), posteriormente no Balé Primitivo de Arte Negra como diretor juntamente com Ubiracy Ferreira e no Balé de Arte Negra (PE).
Espetáculos importantes em sua trajetória, foram “Ânsia de Liberdade” e “Ogum Oni ire”.

Sua formação tem início em Salvador, onde além de desenvolver o aprendizado da capoeira, teve contato com outros grupos e pessoas de renome na década de 60 que contribuíram para sua formação como Emília Biancardi do grupo “Viva Bahia” e o grupo “Filhos de Obá”.

Estudou licenciatura em Pedagogia – Habilitação em Magistério Superior e Gestão Educacional, cursou Especialização em Docência do Ensino Superior, tornou-se professor de algumas instituições de ensino superior no Maranhão e atua como coordenador Pedagógico do Instituto Officina Affro/MA. Em 2013 cursa Mestrado em Ciências da Educação.